Estava triste, sombria. Não acreditei no que me contou:
Bebera o cálice maldito, e então se apaixonou.
Não haveria tanto mal nisso, se não fosse a quem apontou.
Um Demônio a conquistou, deixou-a sem asas para voar.
Não tinha pra onde ir, já não podia mais voltar.Fora expulsa do Paraíso, sua vida acabou.
E não fosse só por isso, o Demônio a recusou.
Apoderou-se de seu coração e então o pisoteou.
Não merecia o que tinha em mãos, nem uma lágrima sua rolou.Seu rosto amargo e seco não permitia feições.
Diante do desespero do Anjo, questionei-a dessas paixões.
Disse-me com voz chorosa que o Demônio não nascera assim.
Sofreu amargamente por amar alguém ruim.
Fizeram-lhe a mesma coisa quando ainda não possuía o dom do perdão.
Então rebelou-se do céu, e caiu no mundo, no chão.
E hoje vive disso, de maltratar as pessoas.
Essa é a sua vingança eterna, o mal que o amaldiçoa.
Mas como em todo bom conto, há um antídoto pro mal:
O amor de uma guerreira, entregue incondicional.
“Não era minha intenção apaixonar-me pelo Demo.
Mas se isso aconteceu, paciência, que culpa tenho?
Gostaria de ajudá-lo, amo-o mais do que tudo.
Mas infelizmente a maldição o tornou cego, surdo e mudo.
Esse Demônio enganou-me muito bem.
Fez carinha de anjo (poderia jurar que realmente tem...).
Porém é só um jogo, pura vingança barata.
E eu sou quem sofro, e ainda dada por ingrata.”
- Ingrata, eu, que te entreguei meu coração?
Quem pensas que és pra brincar com isso, então?
Que jogo sujo armou pra cima de mim, infeliz!
Roubou-me a alma, e o corpo deixou com dor e cicatriz...
Pra quê roubar algo que não te tem serventia?
Por que roubou de mim, então, se não o queria?
Oh, por favor, ouça meus clamores!
Devolva-me a alma e sara-me as dores.
Angelli
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