terça-feira, 18 de outubro de 2011

Culpas

Venho me retratar pelas acusações a ti feitas
Sei que não tinha motivos, sei que não tens culpa
Sei que, acima de tudo, me respeitas
Venho, em súplicas, te pedir desculpa
 
Tenho feito histórias fictícias sobre nós
Envolvendo-te em meus sonhos, incriminando-te em vão
Tenho falado, falado e te deixado sem voz
Para se inocentar, para me acusar, sei que não mereço perdão

Estou ciente de que nada justifica o que fizEspalhei inverdades, fantasiei uma conquista que não existiu
Talvez, pensei que assim pudesse ter a chance de, ao menos uma vez, ser feliz
Talvez, o ódio tenha me subido à cabeça e me feito tomar essa atitude vil
 
A única certeza que tenho é que tudo foi ilusão
Sei que nem sequer meu nome lembra direito
Minha imagem nunca ficou gravada em tua memória, menos ainda no coração
Nem amiga cheguei a ser. A única coisa que consegui foi mero respeito
 
Mas não era o que sonhava, queria... Queria o teu amor
Amor? Impossível com você! O seu já tinha dona
Já tinha destinário... E o que restara para mim? A dor
Mas a culpa não é tua, eu sei... Eu que fui turrona
 
Perdoe essa minha inescrupulosa mania de sonhar
Infelizmente está no meu sangue, pulsando em minha veia
Esse é um mal do qual não poderei jamais me curar
Tal qual aranha, teci fios de mentiras e, estúpida, cai em minha teia
 
Não tenho a coragem, sequer, de revelar meus sentimentos
Covardemente, escondo-me nas letras em harmonia
Crio poesias, palavras, que sei, serão levadas aos quatro ventos
Mas nunca aos seus ouvidos, o destino que eu verdadeiramente queria
 
Impiedosamente, criticava, acusava e te fazia culpado
De um sentimento que não era recíproco, de um roubo que nunca aconteceu
Meu coração tomou vida própria, ignorou-me e resolveu andar a teu lado
Jamais fora roubado; em um pequeno deslize, apenas se perdeu
 
Estive fazendo papel de boba todo esse tempo, a cada momento
Perdi o juízo, fiquei completamente cega, perdi a cabeça
Os segundos se multiplicaram em minha mente, a cada pensamento
Percebi que em um olhar, apaixonei-me, mas nada fará com que eu te esqueça
 
O desespero tomou conta de mim, me perdi
Na ansiedade de botar em prática a teoria, me excedi
E quando vi que, com você, nada podia, enlouqueci
 
Cresceu rápido demais, perdi o controle, parei
Escrevi pra vontade parar, sonhei pra me acalmar, chorei
Vi que mais uma vez iria sofrer e, por mim mesma, padeci
 
Não sabia das proporções que iria tomar, e isso explodiu
Acabei te acusando sem parar, e isso te feriu
Só peço que apague isso da memória, perdão
 
Prometo não te incomodar mais, eu juro
Te deixarei em paz com sua vida, não te procuro
O castigo que me aguarda, eu mereço, a solidão
 
Sabe Demônio, por não saber amar, destruí meu coração
Então, por favor, não me julgues, pois não foi minha intenção
Porque amar, tu sabes, porém em teu coração, no lugar de amor, há um vão
Angelli

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